Uma viagem do Pré-Câmbrico ao Jurássico na região de Coimbra

Esta saída de campo destina-se aos professores do grupo 11º B e aos alunos dos 11º e 12º ano da área científico-naturais.
O tempo estimado para esta saída de campo é de cerca de cinco horas, com uma hora para almoçar. O meio de transporte aconselhado é o autocarro. Sugere-se a organização da turma em grupos de trabalho e o estabelecimento de regras de funcionamento e divisão de tarefas.

Objectivos

Material

Enquadramento geológico (ver mapa geológico)

Ao longo do Rio Ceira na região a SE de Coimbra afloram rochas metamórficas pertencentes ao Complexo Cristalofílico (de idade Pré-Câmbrica) e ao Complexo Xisto-Grauváquico (ante-Ordovícico). O primeiro representa a base da coluna estratigráfica portuguesa apresentando rochas com intensa deformação e recristalização. Não são observadas estruturas primárias destes xistos não havendo também qualquer registo fóssil que permita uma datação mais rigorosa. O Complexo Xisto-Grauváquico (CXG) contacta por falha com o Complexo Cristalofílico (na região, esta falha marca a transição da Zona Centro Ibérica para a Zona da Ossa Morena). Trata-se de uma série fundamentalmente grauvacóide intercalada com xistos. Podem ser observadas figuras de sedimentação típicas de rochas sedimentares que deram origem a este Complexo, tais como estratificação, figuras de corrente, etc. O CXG apresenta um conteúdo fossilífero reduzido mas que ajudou na definição da sua idade. O CXG apresenta ainda evidências que permitem concluir que se terá formado em ambiente marinho com fortes características de uma sedimentação turbidítica (as correntes turbidíticas ocorrem ao longo do talude continental que marca o desnível entre a plataforma continental e os fundos abissais).
A sul do rio Ceira encontra-se muito bem representado a formação do "Grés de Silves" (de idade triássica). É uma formação sedimentar, essencialmente detrítica. Esta formação foi dividida em três sequências principais (A, B e C desde a base até ao topo) sendo as duas primeiras essencialmente areno-conglomeráticas e a terceira já com ocorrências de rochas carbonatadas. Com efeito, esta primeira ocorrência carbonatada no Mesozóico português marca o início do Jurássico Inferior. Sobre o Grés de Silves assentam as "Camadas de Coimbra" já francamente carbonatadas. A passagem de rochas essencialmente detríticas do Triássico Superior para rochas essencialmente carbonatadas do Jurássico Inferior testemunha a passagem de ambientes continentais a marinhos, ou seja, representa o início da grande transgressão que marca o começo do Jurássico português.

Percurso (ver mapa):

1ª Paragem - Tapadas - 20 minutos
A partir de Coimbra devem seguir-se as indicações que conduzem a Viseu e "Estrada da Beira". Esta primeira paragem localiza-se a 50 metros após o restaurante Cardoso antes da povoação de S.Frutuoso.
Devido a tratar-se de uma estrada com muito movimento recomenda-se cautela redobrada, em particular na presença de alunos mais novos.

2ª Paragem - Proximidades de S. Frutuoso - 20 minutos
O autocarro deve parar antes do cruzamento para Braços; Durante o tempo de paragem o autocarro deverá executar a inversão de marcha. Junto ao cruzamento para Ribas e Algaça observam-se formações de metassedimentos.

3ª Paragem - Conraria - 45 minutos
Na povoação de Ceira, virar nos semáforos seguindo a indicaçãoTomar. Deve fazer-se um percurso a pé após a entrada na povoação da Conraria (junto a um fontenário).

4ª Paragem - Quinta da Urgeiriça - 15 minutos
Paragem antes da povoação de Castelo de Viegas.

5ª Paragem - Castelo de Viegas – 25 minutos
Paragem logo após a curva à direita perto do caminho para o cemitério.

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