O maciço de Sintra e zonas limítrofes

Esta saída de campo destina-se a alunos do 7º ano de escolaridade e deve ser efectuada no âmbito da disciplina de Ciências Naturais, no final da unidade "Outros testemunhos da actividade da Terra". O tempo estimado para esta saída de campo é de cerca de 6 horas, com uma hora de paragem para almoçar em Malveira da Serra, em percurso efectuado em autocarro entre as paragens efectuadas.

Objectivos da saída de campo

Enquadramento geológico

O maciço de Sintra é um dos aspectos geológicos mais importantes da península de Lisboa.
A instalação deste maciço teve como reflexo a formação de uma estrutura em domo de forma aproximadamente elíptica, alongada na direcção E-W com 10 km de comprimento e 5 km de largura. Deformando e elevando, na sua ascensão, as camadas sedimentares do Jurássico Superior ao Cretácico Médio que lhe servem de encaixante.
O granito é sem dúvida a rocha mais abundante, seguindo-se-lhe para o interior, o núcleo formado por sienitos e microssienitos.
Uma rede filoniana radial diverge a partir do centro magmático. Esta rede está relacionada com a fase de ascensão, segundo cisalhamentos conjugados.
As rochas gabro-dioríticas e sieníticas parecem ter resultado da diferenciação de um mesmo magma parental, alcalino, certamente sub-saturado, com teores elevados de titânio, sódio e também de água, por diferenciação gravítica.
Qualquer que tenha sido a génese das diversas rochas do maciço, o seu conjunto forneceu à sedimentação das zonas baixas não só os clastos grosseiros, mas também detritos de classes granulométrica das areias e material argiloso resultante da sua decomposição.

O campo de lapiás da região de Pero Pinheiro, é formado por calcários microcristalinos bioclásticos a finamente intraclásticos do Cretácico (Cenomaniano superior). Estes mostram, em geral, uma certa recristalização que provavelmente se deve à instalação do maciço subvulcânico de Sintra e a uma marcada tectónica.

O magmatismo da região de Lisboa foi um dos episódios mais importantes da actividade ígnea meso-cenozóica que acompanhou a abertura do Atlântico Norte. De entre essa actividade destaca-se o Complexo Vulcânico de Lisboa, instalado entre o Cretácico superior e o Eocénico inferior, compreendendo diversos tipos de rochas e de estruturas.

 

Percurso (ver mapa):

1ª paragem: Farol da Guia (20 minutos)

 

2ª paragem: Oitavos (15 minutos)

 

3ª paragem: Praia do Guincho (20 minutos)

 

4ª paragem: Malveira da Serra (60 minutos)

 

5ª paragem: Cabo da Roca (30 minutos)

 

6ª paragem: Pedra Furada (30 minutos)

 

 

 

Bibliografia de apoio

Andrade, Godoberta Perdigão (1991) - Ensino da Geologia. Temas didácticos. Universidade Aberta, pp. 64-70.

Carvalho, A. M. Galopim (1994) - Cenozóico continental a norte da Serra de Sintra. Museu Nacional de História Natural, Universidade de Lisboa.

Miranda, António Mouraz (1986) - Contribuição para o conhecimentoda evolução mineralógica e geoquímica da meteorização mo maciço eruptivo de Sintra. Estudos, Notas e Trabalhos, D.G.G.M, Tomo. 28, pp.3-86.

Ramalho, M. M. et al. (1981) - Carta geológica de Portugal, folha 34-C, Cascais. Direcção-geral de Geologia e Minas, Serviços Geológicos de Portugal. Lisboa.

Ramalho, M. M. et al. (1993) - Carta geológica de Portugal, folha 34-A, Sintra. Direcção-geral de Geologia e Minas, Serviços Geológicos de Portugal. Lisboa.

Teixeira, Carlos e Gonçalves, Francisco (1983) - Aspectos gerais da cartografia geológica, a cartografia geológica no ensino secundário. Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, col. Natura, vol. 11,Lisboa, pp.3-14

Agradecimentos

Para a preparação deste trabalho foi indispensável o apoio prestado pelo Prof. Dr. A. Mouraz Miranda do Departamento de Engenharia de Minas do Instituto Superior Técnico (Lisboa), em particular no estabelecimento do percurso proposto.

 

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