Esqueletos de Dinossauros em Exposição no Palácio de Cristal
Quarta-feira, 03 de Setembro de 2003

A partir do dia 22 deste mês

Para além dos fósseis a mostra contará ainda com palestras e robots de dinossauros "famosos"

Nove esqueletos completos de dinossauros encontrados nos desertos da Mongólia vão estar expostos, a partir do dia 22, no Pavilhão Rosa Mota (Palácio de Cristal), no Porto, disse ontem à Lusa fonte do promotor da iniciativa.

A organização da exposição, que estará patente até ao dia 21 de Dezembro, está a cargo do Museu Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, em cooperação com a Câmara Municipal, e será acompanhada de palestras de especialistas.

Além dos esqueletos de dinossauros adultos e juvenis, com idades entre os 66 e os 120 milhões de anos, vão estar ainda expostos mais de 20 ossos e fósseis de ninhos de ovos, alguns de espécies como peixes, insectos e plantas. A mostra inclui ainda robots de dinossauros, entre os quais o do famoso Tyrannosaurus Rex, painéis explicativos e também um núcleo extra (logo à entrada do pavilhão) com fósseis encontrados em Portugal. Este núcleo português da exposição inclui restos de esqueletos e ovos com ossos de embriões do Lourinhanosaurus Antunesi, que viveu no período Jurássico (de 208 a 144 milhões de anos antes de Cristo), e restos de dinossauros anões mais recentes (do Cretácio superior), cedidos pelo Museu da Lourinhã. O núcleo principal da exposição, que já passou por Milão, Helsínquia e S. Marino, resultou de investigações feitas desde 1992 no Deserto do Gobi, onde se encontra a maior jazida euro-asiática de dinossauros.

Esta é, segundo o director do Museu de História Natural do Porto, Frederico Sodré Borges, "uma jazida de uma riqueza enorme", reconhecida mundialmente pela sua diversidade e pelo grau quase perfeito de conservação dos fósseis. Uma conservação que foi possível devido a uma tempestade de areia que atingiu os dinossauros do Deserto do Gobi, cobrindo-os até à altura desta expedição arqueológica. O maior esqueleto aí encontrado, e que estará em exposição no Porto, tem seis metros de altura e pertence a um Tarbosaurus (muito parecido com o Tyrannosaurus Rex), um dinossauro que viveu no Canadá no período Cretácico (de 144 a 65 milhões de anos antes de Cristo).

Estes dois tipos de dinossauros poderão ter uma origem comum, tendo mais tarde evoluído separadamente, quando ficaram isolados pela separação dos continentes euro-asiático e americano, separação essa iniciada no período Triásico (de 245 a 208 milhões de anos antes de Cristo) e que se prolongou até ao desaparecimento do istmo de Bering.

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